Alguma Literatura

Alguma Literatura

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Madrugada de chuva

06:00 - Toca o despertador.

Ao abrir os olhos não podia suspeitar,
mas ele por mim já esperava.
Ao ter com a ducha e a ela dedicar
árias imaginárias, tampouco,
mas ele esperava.

Água. Para mim, um ritual
matinal.
Para ele, o pão que lhe infla
as invisíveis carnes.
Que o faz profundo.

Ao rabiscar no jornal, pobre de mim,
nunca poderia imaginar, mas ele,
de tocaia, aguardava.

Esperava como uma grávida
não espera o filho.
Esperava, qual jacaré, com seu sorriso
largo e obsceno.

07:32 - Toca o telefone.

-Escritório contábil, bom dia!
-Oi Mércia, sou eu, Caio.
-Bom dia Doutor.
-Diz pro Fagundes que vou atrasar. Caí num buraco.
O pneu já era!

Nenhum comentário:

Postar um comentário