O paseo já tem início.
Passos
firmes de herói
Olhadela ao precipício
Por mais que fugaz, corrói.
- E tu, fera,
tens já medo?
- Não. O porvir
desconheço.
O homem que empunha a lança
Destreza
veloz: montada.
O animal fere e alcança
Prepara a faena aguardada.
- Touro, és
forte, mas lento.
- Luto, mas
golpeio o vento.
Altivo, o Toureiro a capa
Rubras
asas. Inflam. Somem.
Hora esconde, hora destaca.
O Feroz só roça o homem.
- Touro, és acaso
cego?
- Não. Miro, mas
não acerto.
Bandarilheiro boçal
Empáfia.
Som de fanfarras.
Adorna o belo animal
Ganhando vivas e palmas.
- Por que não
gritas, oh Touro?
- Eu grito, mas
não me ouço.
O Assassino, com a muleta,
Música
ainda mais alta.
Parece varrer poeira
Que lhe caiu na ribalta.
- Quase feriste o
inimigo:
- Cabecear não
consigo!
O Animal ergue a espada
A
tensão incha o instante.
E executa a estocada.
Touro ao chão, resfolegante.
- Touro, morres
com hombridade.
- Sanguinária
humanidade...
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