Alguma Literatura

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sexta-feira, 30 de março de 2012

Acorda, mãe




Você tá sempre cansada
Nunca mais brincou comigo
O tempo todo deitada,
Nem sai mais com seu amigo.
Mas, faz dois dias, agora.
Que você já não acorda.

E eu quero o meu leitinho
E trocar o meu xixi.
O pão, já comi todinho
Não sobrou mais nada aqui.
Já faz dois dias inteiros
Que não pego um chuveiro.

Você também tá fedendo.
Vamos banhar com sabão!
O que tá acontecendo?
Não gosta mais de mim não?
O que eu fiz de errado?
Eu não quis quebrar o vaso.

Juro ser um bom garoto
- acorda logo mãinha –
Vou deixar de ser maroto
De subir na escrivaninha.
Vou comer tudo do prato
Até cenoura e nabo.

Mas acorda logo, vai!
Juro que não faço birra
Nem pergunto de meu pai
Que se eu falo você briga
Chora sem ter nem pra quê...
Dele não quero saber!

Por que você não espanta,
As moscas da sua cara?
Eu espanto, mas é tanta
Que nunca nunca se acaba.
Acorda logo mãinha,
Vem chegando a noitinha.

Tenho medo do papão
E dos monstros que eu vejo
Só na imaginação.
Mas imaginar dá medo!
Inda mais quando você
Não vem pra me defender.

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