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S
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endo bom conhecedor
das cabeças de seu povo
o I n f e l i z atinou
vender um produto
novo.
V e n d e r i a c a f u n é,
arte que aprendeu
sozinho,
homem, criança
e
mulher
comprariam o c
a r i n h o.
E por ouvir muita queixa
contra o preço do chapéu
quis aproveitar a deixa
e dá-los em aluguel.
Mudou o pregão até:
“Olha aqui o panamá
Pra mor vender e alugar...
e vendo inté cafuné!”
Ele passou a gritar
pelas ruas do lugar,
grito limpo que mostrava
esperança renovada.
O veludo de sua mão
e também a novidade
remexeram co’a cidade
como nada até então.
A sorrir ele voltou
deu algum forro à carteira.
Não invejava Doutor
pois tinha eira e beira.
Mas a maldita Desgraça
acatitou bem o olho
e praga de mil piolhos
ela quis lançar na praça.
Não viu idade nem classe,
se espalhou sem distinção.
Não tinha quem não coçasse
o quengo com aflição.
O Padre, então, ponderou
que o infeliz vendedor
as suas mãos não lavava:
“Taí a causa da praga!”
Foi o que ele afirmou.
Ao Fiscal contaram tudo
e ele à rua se lançou
muito brabo e raçudo
foi atrás do vendedor.
Pediu-lhe carta e licença.
O pobre disse: “Dotô,
sou fabeto de nascença,
de paper sei não senhor”.
E o mau Fiscal Natalino
mandou que parasse o andor,
derrubou-lhe em desatino.
Viu, quem estava por lá,
pobre homem a chorar
ali sentado no chão
tapando a vista co’a mão.
E os panamás ao redor.
Disse o Fiscal: “É melhor
o senhor me obedecer
e as tralhas recolher”.
Quem defendesse não houve
o infeliz do mau Fiscal,
que foi grosseiro afinal,
mas o porque ninguém soube.
Mas digo que saberão
os que tem o conto à mão
ao lerem a parte terceira
dessa história verdadeira.
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