O motoqueiro se vê
não móvel, mas tão parado
que, sob si chega a crer
voa o asfalto afiado.
Mas o chão vem e o desperta
se é que esteve adormecido,
como faca, como seta
e rasga o frágil tecido.
Expõe da lã sua trama
da pele o seu colorido
e esfarela, sem mais drama,
o que veste e o que é vestido.
Enfim, pratica injustiça
contra o pobre embriagado
pois tira de quem precisa
tingindo-se de encarnado.
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