Homem (soberbo, a um pedaço de papel):
-Amarelo escravo
que leva na face
amarela,
as lembranças tatuadas
do teu amo.
Lembranças que só vivem
em ti.
Tarefas que ninguém quer
cumprir.
Distraído, trilhas o mesmo caminho
dos teus irmãos de papel que,
em fila rumo à destruição,
acumulam-se em cestos,
amassados em bolotas.
Papel (soberbo, a um pedaço de homem):
-Amarelo escravo
que leva na face
amarela,
as rugas que ganhaste
do tempo.
Tua vida é carregar
sonhos
que só vivem em ti.
Metas que não comovem a ninguém
senão a ti.
Distraído, trilhas o mesmo caminho
dos teus irmãos de rebanho que,
em fila ruminosa,
acumulam-se nas covas
em pilhas e pilhas
de ossos.
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