Alguma Literatura

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domingo, 25 de agosto de 2013

ENCARNAÇÕES DA FACA (final)

ENCARNAÇÕES DA FACA


11. MAL NOTURNO

Gente de carne, como é boba
Tua prevenção contra essa outra
De aço
De aço.

A lâmina não é fria,
Mas tua pele quente.

Tampouco, cortante,
Pele tua é que se desfaz, falta de coesão.

Essa, a ela sobra.
Coesa, precisa, ri de ti
Com ironia.
(O sorriso do cirurgião segundos antes
Da incisão).

Ela não carrega culpa.
O punho não o é, mas fronteira.
À culpa, cigana viandeira,
Só é dado trafegar dele
Para lá.

Mas pesadelos, os tem:
Diante de si, costas suculentas.
Por mais que voe,
Por mais que tente,
E que se esforce
Não consegue
Sangrá-las.




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