ENCARNAÇÕES
DA FACA
3. CADERNO POLICIAL
Foi
faca de ponta
Num
entra e sai
Que
provou, mãe conta,
Sangue
de meu pai.
Quem
matou, não diz
Não
quer nominá-lo,
Mas
foi por um triz
Que
não morreu Carlos.
O
Carlos, tio meu,
Foi
bem socorrido
Curado,
viveu
E
bem tem vivido.
Ele
é pai pra mim
Só
vi o de sangue
Na
foto carmim
Lá
no alto da estante.
Minha
mãe, um dia,
Sumiu
com o retrato.
Eu,
por rebeldia,
Fui
dormir no mato.
Volto
no primeiro
Coricar
do galo
Luz
de candeeiro
Na
fresta do quarto
E
encontro, na cama,
A
mãe com o tio.
Acende,
inflama
Meu
curto pavio.
Quando
vi, morreu.
Corpo
ensanguentado.
“Hoje,
filho meu,
Seu
pai foi vingado!”
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