Ao topar um viandante
Nas margens da rodovia
Caminhando deslocado
Quem o carro pararia
No papelão Uruguai
Fez-me ver o que esquecia
Que viver é ir errando
Em alheia freguesia
De mil sóis queimada pele
Fez-me ver verdade antiga
Que o sol também se aninha
Nas rugas da minha vida
Cabelos densos e negros
Despertou-me nostalgia
Lembrança dos andarilhos
Menos densos que já vira
Passos arrastando solas
A quem não comoveria
Tive que parar o verso
A bem dizer-lhe bom dia
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