Alguma Literatura

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domingo, 11 de março de 2012

Mata densa (sem maquiagem)


Mata densa. Campos e bosques, parentes distantes. Aquela, em sua densidade, desconhece cantos e ninfas, dependentes do ar fresco desses outros. Mata densa, sufocante,  produz sua própria mitologia. Uma teogonia bárbara, produz – Ordenhava quando sentiu dores. Acocorada, fez força três vezes. Pariu-se – Seu discurso: um não-discurso. Ideias interrom... Sons   da Mata. Chia  chiado  chia...  Aquela  pausa; uma  censura? E  aqueles  gritos? Adesão? Protesto? Mata densa. Densíssima ma... Folhas, se secas no chão, pedem queda escorregão. Galhos, pancada. Cobras: “Pise em mim, pise em mim!”. E Céu? O que pede? De trás das copas manda recado.   Gotas tímidas ferem tambores. Vozes-Aves: “Vou embora, sei se volto não! Vou embora...”.  Chuva     aperta. Rio avança à margem. Exibe, cheio  de  si, apoio angariado do Céu. Ronca. Mata cede.  Sua sina ceder – Garoto, em suas fraldas, para diante da porta entreaberta. Quarto se insinua pela fresta.  Hesita.  O que,  lá dentro? Entro,  papai? Entrou. Nem  ouviu. Sina dos quartos escuros ceder à curiosidade dos  meninos -  Mata quarto escuro ar parado. Sua sina ceder ao ronco da motosserra. Dorme  acorda  bosque. Dorme acorda campo. Corte Raso.

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